quarta-feira, 6 de maio de 2009

UM CASO CALIENTE

Ela era Bella Street e eu Jim Faroneday. Tínhamos um caso caliente em Marrocos onde eu era um traficante de armas pé de chinelo, e estava afundado em dívidas, perdendo tudo no jogo.

Uma noite descendo por la calle a altas horas da noite após uns drinques e dançar salsa, eu e Bella ouvimos um barulho atrás de nós. Apertamos o passo e começamos a andar mais rápido, pois sabíamos que estávamos sendo seguidos. Viramos à esquerda, de novo à esquerda, depois à direita, subimos uma viela escura e estreita, descemos na avenida central, entramos à direita, de novo à direita e entramos em um bar de luzes vermelhas, freqüentado por marinheiros com tatuagens e damas suspeitas. Peço um Vermute com gelo e Bella um Gim tônica. Ficamos nesse ambiente estranho e desconfortável por algum tempo até que nossos predadores tenham nos esquecido.

Saímos mais bêbados do que tínhamos entrado. Os saltos do sapato de verniz vermelho de Bella estalam nas pedras da rua. O silêncio é alto demais para poder se escutar alguma coisa.

Caminhamos lentamente e, mais uma vez, percebemos que estamos sendo seguidos por alguém. Corremos pelas ruas da cidade, entramos e saímos de ruas, vielas e becos sem saída na ânsia de escaparmos de nossos captores.

Nos escondemos nas sombras de um beco. Ofegantes e cansados de fugir, já sabemos quem são os nossos perseguidores. São os seguidores de uma seita fanática que venera um deus pagão da ilha de Papua, Nova Guiné. Eles querem acertar contas comigo. Eles não estão longe de nosso esconderijo, escutamos seus passos lentos e decididos na noite escura.

Bella me olha, eu a puxo em minha direção e a beijo com fervor e paixão. Abro minha jaqueta e saco o meu Magnum 44, mas não a tempo de evitar a bala que entra bem no meio da minha testa.

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