quinta-feira, 22 de setembro de 2011

MEDO DE AMAR, OU DO AMOR?

MEDO DE AMAR, OU DO AMOR?

“Como nos preparamos para uma perda incalculável? Como saber o tamanho do vazio que ficará em nós ou em nossos amados? Como medir a tristeza?[...] O que mais nos define não são as nossas perdas, mas como reagimos a elas, como transformamos finais em começos. A vida é uma caixa de Pandora, mas é também uma dádiva.”

MICHAEL KEPP, jornalista americano radicado há 28 anos no Brasil.


Eu te amo tanto quer até tenho medo!


Medo do primeiro raio do sol

que me acordará

deste sonho do amor.


Medo dessas chuvas de verão

torrenciais, violentas e indignas;

que alagam marginais, ruas, vilarejos e avenidas

e levam pra longe o meu amor.


Medo da noite,

da noite sinistra

e de todos os perigos que ela traz consigo.


Medo do escuro,

da escuridão da alma,

na hora mais ingrata da vida.


Medo do homem, da frieza desse homem!


Medo do marasmo,

do tédio dos sábados, do sexo sem orgasmos.


Medo da incompreensão,

da falta de tesão, do amor

levado por mais uma obrigação.


Medo do beijo que vem só da boca.

Medo do sexo que só quer a genitália.

Medo dessas brigas que não levam a nada.

Medo dos desejos e vontades não realizadas.


Medo de te perder, de deitar-me e não amanhecer ao seu lado.


Medo de não ter paciência.

Medo, simplesmente isso, medo.


O amor, às vezes, é algo grandioso que ficamos paralisados diante dele.


*Para a minha querida amada, minha namorada N., a quem temo muito, mas muito mesmo um dia perder.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

TÁTIL

TÁTIL

Era preciso o tato.


O tecido da blusa

tinha texturas, relevos,

o bico do peito eriçado.


Um olhar mais atento

podia revelar algo diferente:

Couro de pirarucu.

Tapeçarias.

Camurça de chinchila.

Crochê do Maranhão.

Linho pesado.


O frio do azulejo do banheiro

num dia de calor.

A barba de três dias a roçar

a nuca da amada.

A dentada certeira no antebraço do amado

na hora do orgasmo...sensações.


A pele é sensível,

orgânica, rústica; algo químico acontece.


É, meu bem, o coração ao sentir um certo toque,

fica empolgado.

domingo, 11 de setembro de 2011

A VERSÃO DELE

A VERSÃO DELE

Ele adora ver aquela bocetinha toda depilada, sem pelo algum, escancarada como se fosse um pêssego maduro...
Ele pede para sua amada abrir os grandes lábios, ou como ele diz: ´Arregaça essa boceta´, com os dedos que tem as unhas esmaltadas de vermelho. O grelinho fica todo exposto. Ele adora ver uma mulher assim, aberta, exposta, oferecendo-se, bem puta!
Ele enfia o nariz na bocetinha e sente o cheiro que ela exala ficando mais tesudo e tarado. Enfia o nariz, passa a língua e a enfia dentro da boceta. Ele lambe o clitóris. Ele é guloso e lambe mais e mais, enfia a língua na bocetinha toda depilada (delícia!); ela geme mais e mais. Ele adora ver a sua amada assim, dominada pela ponta da sua língua!
Ele separa bem as pernas e reto, ereto, duro enfia o pinto dentro da boceta. Sente o calor, as secreções, a sensção de prazer; sente a vagina molhada e acolhedora da sua amada a envolver o seu pinto...gostoso!
Enfia forte!
Estocadas firmes, decididas, sem dó! Ele a possui como um macho; ela, cadela, vira de quatro para que ele a possua por trás.
Ele adora essa posição, e ela também - dominar uma mulher por trás, segurar a cintura com firmeza, apertar com vontade a bunda, agarrar o pescoço, puxar os cabelos; mulher gosta de ser possuída por um homem que sabe o que está fazendo.
O vai-e-vem dos corpos, o suor na testa, o esforço, o tesão crescendo, acumulando-se, os gemidos, as ações caminhando num crescente, mais e mais e mais...e ele goza! Inundando a boceta dela com a sua porra quente.
Ela também goza, ambos gozam ao mesmo tempo, e isso é tudo, é o que há de mais gostoso no mundo!
Ele fecha os olhos; guarda o cheiro, os espasmos, o líquido quente que escorre da vagina. O silêncio do quarto, os corpos suados um em cima do outro...
Ele captura essas imagens, pois ele bem sabe, esse momento não vai durar, mas vai acontecer de novamente, mais forte e mais apaixonado.

sábado, 10 de setembro de 2011

A VERSÃO DELA

A VERSÃO DELA*

Ele ejaculou enchendo minha vagina da sua porra quente. Eu de quatro movimentava-me também pra conseguir o meu gozo, e ele veio. Veio estelar, pletora de alegrias, plêiade de estrelas.

Ele gozou.

Eu gozei.

Gozamos juntos, e isso foi o céu, o paraíso!

Depois do gozo, levantei-me, fui ao banheiro, fiz meu xixi e caí na cama, nua e dormi a noite inteira, sem nada ver, sem nada perceber e um sorriso maroto brincou nos meus lábios e assim a noite passou.

Nada vi.

Nada percebi. E acordei ao lado dele na manhã seguinte.

Isso é amor.

* O relato foi feito pela minha namorada N., eu somente o transcrevi.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Ps Sobre UMA TARDE COMUM, NUM CAFÉ COMUM,UM CASAL COMUM,

P.S.: No final os dois conseguiram dormir juntos, acordar juntos e foi maravilhoso!

domingo, 4 de setembro de 2011

UMA TARDE COMUM, NUM CAFÉ COMUM, UM CASAL COMUM

UMA TARDE COMUM, NUM CAFÉ COMUM, UM CASAL COMUM

“Ela deixou que a mão dele descesse até abaixo da cintura dela. E numa batida mais forte da percussão, num rodopio, girando juntos, ela pediu: - Deixa eu cuidar de você? Ele disse: - Deixo.”

CAIO FERNANDO DE ABREU.

Eu vou querer um espresso e uma torta de limão, e você? Ele queria o mesmo que ela havia proposto. Três e pouco da tarde, uma tarde quente, um café escolhido pela proximidade para o encontro. Um café comum, não era um Starbuck´s, um Fran´s ou Viena, um café comum, numa rua comum, num sábado comum.

O café era um local um tanto quanto escuro e se encontrava vazio àquela hora da tarde. Uma ou duas pessoas perdidas pelo salão. Sentaram-se, e enquanto esperavam o seu pedido, iniciaram a conversar. Falavam de tudo, do tempo, de literatura, de cinema, fofocas, neuroses, piadas, os problemas da vida, da própria vida em si e tudo que isso acarreta. Eles sabiam que não iriam para casa juntos.

Não dormiriam juntos.

Não acordariam juntos.

Por isso tinham tanto a se dizer. Quem mora junto não conversa assim, olho no olho e em profusão. Quem mora junto sabe o tempo que tem pela frente: uma noite inteira, a semana a começar, a vida inteira; eles, eles não tinham essa certeza.

Naquela tarde comum, num café comum, mãos entrelaçadas por sobre a mesa, um olhar preso no outro. Eles eram um do outro e sabiam que tinham pouco tempo pra diversão; essa diversão que vem do amor mútuo, verdadeiro, um amor vivido juntos.

Tinham tudo que um homem e uma mulher queriam um do outro numa relação: cumplicidade, confiança, amor, tesão, amizade, sexo bem feito e paixão, muita paixão.

Iriam se separar daí a pouco. Iria doer. Iriam sentir falta um do outro, do toque, da pele, dos lábios, dos dedos. Saberiam quando poderiam se encontrar novamente? Talvez sim, talvez não. Mas não tinham medo, confiavam no desejo que nutriam um pelo outro, porque o amor que tinham era raro, era sólido.

(Ela se levantou. Ele a abraçou pela cintura. A segurou forte, como macho que sabe que fêmea que tem. Com olhos marejados disse, Eu te amo - o tempo para nesse instante).

O espresso chegou, a torta de limão também. Continuaram a conversar naquela café comum, naquela tarde comum, num sábado comum. Saboreavam o momento, pois sabiam, ele não iria durar.

*para N., o amor da minha vida.