quarta-feira, 6 de maio de 2009

HOMEM MARAVILHADO

Alguém um dia me contou ou eu ouvi esta história e meio que não acreditei, sabe como é, né? A palavra dita, aquela que é apenas ouvida e não escrita, essa é mais fácil para o vento levar.

Pois bem, ouvi dizer que as paixões mal resolvidas, inacabadas que ficam a nos incomodar como uma ferida exposta ao sol. Essas paixões que não fizeram a passagem e ficam a vagar pelaí como almas desencarnadas e espíritos sem luz, essas paixões transformam-se em estrelas e alçam ao céu.

E também me foi dito que, de quando em quando, nas noites mais escuras da alma, essas paixões caem aqui na Terra como estrelas cadentes e explodem ao tocarem no chão.

Ouvi tudo isso, mas não dei bola, achei que fossem aleivosias. Mas, numa dessas madrugadas errantes em que tudo sai dos eixos para de repente fazer sentido, voltava para casa por uma das marginais quando vi pequenas explosões nas fétidas águas do rio.

Encostei meu carro e olhando as águas do Tietê vi as pequenas explosões de fogo nas imundas águas do rio e maravilhado fiquei a assistir essa chuva de paixões.

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