SONETO
E a vida era uma nau
navegando a esmo em mares densos e escuros,
oceanos de miséria, e a vida é quase igual
a quase nada – ou a quase tudo.
De porto em porto, cais em cais
íamos. Sol a pino, velas infladas
o oceano, o desconhecido a frente – e nada atrás!
Estoicos e audazes seguíamos em direção ao vácuo, ao grande nada.
Tempestades, orages¹, ventos de um tufão! Perigo de adernar, afundar!
Tínhamos a fé e a coragem – éramos jovens
e a juventude lhe dá a desculpa de poder errar,
ousar, pois tudo é possível e os desejos nas veias correm.
A nau agora parada está em um oceano qualquer.
O desejo, este desapareceu no meio dos seios de uma bela mulher...
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1. ´Orage´ significa tempestade em francês.
MEU AMIGO,DEVE SER UMA BELA MULHER!GOSTEI MUITO SUA FORMA DE EXPRESAR.
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