segunda-feira, 7 de junho de 2010

SLIDING DOORS

SLIDING DOORS

O Amor da gente é como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
GILBERTO GIL in “Drão”

Há um filme com a Gwyneeth Paltron chamado “Sliding Doors”, em português o título ficou “De Caso com o Acaso”. Não é, obviamente, a tradução ipsis literis do título original em Inglês; sliding doors, seriam aquelas portas que se abrem automaticamente quando entramos em um shopping center, aeroportos e outros lugares afins.
O filme é si é uma comediazinha romântica meio bobazinha, mas a releitura que se pode fazer com o argumento proposto por ela é até interessante. No filme Paltrow faz uma relações públicas que tem um emprego numa companhia, mora com o namorado e vai ao trabalho de metrô – aí é que entram as sliding doors do título. Pois bem, numa manhã, normal como todas as outras, ela sai de seu apartamento e vai trabalhar deixando o seu namorado no apartamento. Ao chegar ao seu emprego, ela descobre que foi despedida e retorna para casa, pegando novamente o tube de Londres. Nisso o seu namorado a está traindo, no seu próprio apartamento, com outra mulher.
Ao tentar pegar o trem do metrô, acontece uma mágica. Ela é dividida em duas pessoas, uma que consegue pegar o trem e flagrar o namorado com outra e mudar totalmente o seu destino, encontrando um novo namorado, mudando o seu corte de cabelo, abrindo a sua própria empresa de relações públicas e acaba se tornando uma mulher bem sucedida. A sua contraparte, a que não consegue pegar o metrô, não flagra o seu namorado na cama com outra, tenta se sustentar entregando sanduíches e continua morar com o mesmo namorado que a continua traindo. O desfecho do filme não é assim tão emocionante, mas eu posso te adiantar que uma delas morre, e consegue ficar com outra pessoa totalmente diferente.
São os acasos da vida, as portas abrem e fecham sem que nos demos conta e façamos nossas escolhas de vida. Eu, por exemplo, quando saio do meu emprego sempre faço o mesmo trajeto: subo direto a Haddock Lobo, viro a Paulista, pego o metrô e vou-me embora, mas, o que subitamente me faria virar a esquina na Alameda Franca e dar de cara com o amor da minha vida? Uma porta que se abriu para propiciar um momento para que eu fizesse a minha escolha? Ou voltando de um clube num domingo de carnaval entrar na minha caixa postal ao chegar em casa e ler uma mensagem que modificaria a minha vida. Teria sido melhor que eu não a encontrasse a pessoa e a mensagem? Não sei.
Paulo Coelho nos diz que devemos prestar atenção nos sinais que estão a todo o momento a nossa volta, mas nunca estamos abertos o suficiente para percebê-los. Ele conta uma história sobre uma santa a qual ele fez uma promessa e o número de coincidências que o levaram a promessa a se realizar, e como ele pagou essa mesma promessa. Em um de seus livros, Coelho diz que “Certas bênçãos de Deus, chegam estilhaçando as janelas.” Às vezes não se percebe que ao quebrar todas as vidraças, janelas e vitrines existentes na vida, algo pode mudar.
As mudanças acontecem dentro de um processo lento. São mágoas que remetem a infância, a relação com a mãe, a infância muito isolada, é uma gama de fatores que, às vezes pensamos que não estamos a chegar a lugar nenhum, mas o caminho se faz ao caminhar. As mudanças ocorrem, em parte devido à força de vontade em se aprender a ser uma pessoa mais acessível, melhor; outras vezes porque as coisas são assim e tem que acontecer independente da própria vontade.
Por isso ´não se afobe não, pois nada é pra já´*, Cada um sabe o que tem dentro de si, você sabe o que você tem, por isso não apresse o rio, ele corre sozinho. Deixe a mão do destino atue em sua vida, e faça com que você vire uma esquina qualquer, abre sua caixa postal ou que uma sliding door se feche em sua cara e deixe o futuro e o amor de sua vida entrarem definitivamente em sua jornada.











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 Música incidental Futuros Amantes, Chico Buarque.

3 comentários:

  1. Olá Alexandre, adorei a releitura q fizeste do Filme em questão...é, nao existe acasos n, o gd problema é q nem sempre estamos preparados pra tal..para o
    novo e ai muitas das vezes nos escapa esse algo q até poderia mudar nossas vidas, mas o lance é deixar a vida tomar conta de da gente...estar sempre aberto...Gostei de seu texto!!

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  2. Oiiii!!!
    Adorei a dica cultural e, sobretudo, a dica de vida! A vida é um eterno abrir e fechar de portas! É preciso estar alerta! E decidido!
    Adoro você!
    Saudade!
    Beijos!

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  3. Gostei da parte que fala quando "Deus quebra as vidraças"... ez um sentido danado. Thanks dear cousin for the great words!


    Inês

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