terça-feira, 28 de setembro de 2010

ODE A PRIMAVERA

ODE A PRIMAVERA

Nesses dias em que nada funciona
e uma moça simples, quase ingênua, anda remexendo as ancas

De dor, de medo, uma coceira no púbis;
Tesão!

Tentar contornar isso tudo, esses sinais, essas cruzes
é como caminhar tateando na escuridão.

Nessas tardes em que o cansado sol se põe no Arpoador,
uma moça claudica, manca de tesão, da vontade do amor.

O sol cai alaranjado entre pescadores que lançam ao mar os seus anzóis;
ela, a moça, lenta caminha, seguindo em direção ao labirinto dos lençóis

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O SILÊNCIO

O SILÊNCIO

The silence depressed me. It
wasn´t the silence of silence
It was my own silence*
SYLVIA PLATH in `The Bell Jar.´

Vem, meu menino,
encoste a sua cabeça
no meu peito
e deixe-me te abraçar
e embalar a sua trsiteza.

Eu sei meu menino,
que você ficou triste
que você tem estado triste.
e que a vida não é bem
o que lhe contaram
Mas agora deixe as lágrimas rolarem
rolarem
rolarem...

Agora, meu menino
a noite é jornada escura.
É um silêncio sem ecos,
sem abraços, sem uma nota musical.
Agora a noite é surda e brutal!
Uma imensa noite de silêncio total.
E esse silêncio mora dentro de você, meu menino.

Vem meu menino,
agora você já chorou suas trsitezas e mágoas.
A jornada continua - ela tem que continuar!

Negra é a noite
que diante de seus olhos se exibe.
Uma trilha que não leva nada a lugar nenhum.
Nada nunca leva a nada.

Vem meu menino,
amanhã isso tudo também pode passar.

*Com carinho para N.

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* O silêncio me deprimia. Não era o silêncio do silêncio. Era o meu próprio silêncio; tradução livre.